Miscelânea

1. Tomar Viagra todas as vezes que vou fazer sexo faz mal à saúde?

Você pode tomar o medicamento todas as vezes que tiver relações. O medicamento não é recomendado para ser usado mais que uma vez ao dia. Lembre-se de avisar o seu médico, principalmente o cardiologista, que faz uso freqüente deste medicamento, pois não pode ser associado a qualquer remédio. Periodicamente você deve consultar um TiSBU, enquanto estiver usando o medicamento, para verificar se está tudo correndo bem. Seria importante, também, fazer uma avaliação psicológica.

2. Estou interessado em submeter-me à uma Vasectomia. Em procura na Internet, achei informações sobre Vasectomia Moderna ou Vasectomia Chinesa, o custo é um terço da convencional. Pergunto: este procedimento é reconhecido? Seguro? Quais as vantagens e desvantagens?

Existem variações da técnica de vasectomia descritas na literatura médica cujos resultados iniciais são semelhantes aos da técnica convencional. Não tenho certeza que as técnicas que o senhor observou são as mesmas já publicadas nas revistas científicas sérias. Há uma técnica que utiliza pinças com a ponta fina, que facilitam a perfuração da pele e a apreensão do ducto deferente (o canal que conduz o esperma e que é interrompido durante uma vasectomia). A seguir, utiliza-se uma segunda pinça com a ponta circular, para manter o ducto preso durante o procedimento. A partir daí o procedimento é praticamente igual ao convencional. Há outra técnica onde o ducto deferente é preso com os dedos pelo médico operador e a seguir é puncionado e cauterizado (queimado) eletricamente. O objetivo de ambas as técnicas é simplificar a cirurgia para oferecer um procedimento menos agressivo. Há escassez de pesquisas médicas comparando essas técnicas com as técnicas convencionais. Por essa razão, não é possível afirmar que a segurança de uma seja maior ou menor que a de outra. O custo do procedimento depende de vários fatores: do material utilizado, do local onde é realizado e do profissional que lhe atender. Não há manifestação da Sociedade Brasileira de Urologia sobre as diferentes técnicas de vasectomia. O senhor poderia consultar mais de um TiSBU para colher outras opiniões e decidir qual cirurgia fazer.

3. Tenho 14 anos e aos 2 tive hérnia de intestino e perdi o testículo esquerdo. Hoje eu ejaculo normalmente, queria apenas saber se eu sou capaz de ter filhos.

Geralmente é possível manter todas as funções, sexual e reprodutora, com apenas um testículo. É preciso saber o motivo pelo qual o testículo foi removido. Se foi porque estava doente (atrofiado, por exemplo) ou se foi porque não havia descido para a bolsa testicular. Nestes casos, é possível que o testículo remanescente tenha algum problema. A condição mais comum então é a infertilidade (incapacidade para gerar filhos naturalmente). A produção de hormônios mantém-se preservada. Quando o testículo foi removido devido a um traumatismo durante a cirurgia de hérnia, então provavelmente o testículo remanescente não deverá ter problemas e você poderá ter filhos normalmente. Para maiores esclarecimentos será necessário consultar um TiSBU. Mesmo assim, se o exame físico do testículo remanescente for normal, somente após 18 anos é que você poderá realizar um exame do sêmen para verificar sua capacidade reprodutora.

4. Um homem que contraiu HPV na adolescência (14 a 17 anos) e, depois aos 43 anos teve câncer (fibro sarcoma) no músculo da coxa, pode ter o vírus de volta após um ano de tratamento (radioterapia por 3 meses)?

Sabe-se que o tratamento das lesões produzidas pelo HPV resolve a lesão e diminui a transmissibilidade para parceiras (os). Todavia, o vírus permanece inativo no organismo hospedeiro por período indefinido e este motivo seria um dos responsáveis pela reativação de infecções. Outras possibilidades de recidiva de lesões são re-infecção (novo contato com pessoa portadora do HPV) e crescimento de lesões antes já existentes, porém não percebidas. Acredita-se que a reativação possa também ocorrer, sempre que houver diminuição da resistência imunológica. Entre as causas de baixa resistência podemos citar: doenças sistêmicas ativas (diabetes, infecções bacterianas em geral, câncer); efeito de medicamentos e/ou tratamentos (radioterapia, quimioterapia, imunossupressores, corticoesteróides, etc) e problemas emocionais (depressão, estresse). Não se sabe ao certo quanto tempo a infecção pelo HPV pode ficar inativa no organismo. Por isso não é possível saber se a infecção atual tem correlação com aquela que ocorreu há mais de 20 anos. Teoricamente é possível.

5. Eu tenho hemospermia (sangue no esperma). Já fiz vários exames e nada de anormal foi detectado. Existe um tratamento eficaz para resolver meu caso?

De fato, alguns casos de hemospermia não têm nenhuma causa aparente, como é o seu caso. Em geral, trata-se de algum vaso sanguíneo rompido durante alguma ejaculação. Se você já consultou um TiSBU e fez exames adequados, para descartar doenças da próstata e vias seminais, fique tranqüilo. Existem alguns medicamentos que podem diminuir os episódios de sangramento. Fale novamente com seu médico.

6.Tenho uma questão quanto ao aparecimento de líquido seminal em algumas ocasiões quando eu vou evacuar. Significa que fezes devem fazer pressão na próstata e liberar líquido sob pressão. Isto ocorre quando as fezes são duras e a quantidade é de uma ou duas gotas. Isto deve ser preocupante ?

Este fenômeno que você descreve é comum e causado pela passagem das fezes, conforme você mesmo já percebeu.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia